foto: André Trindade (Búzios)
O que era pra ser gracejo inofensivo, ficou sério num piscar de olhos.
Tive que escolher meu caminho, porque o destino não faria isso por mim.
Titia me crie que depois te pago. Pagamento sem um tostão. Somente gratidão.
Essa tia que me criou, quem diria, não teria mais consideração.
Minha história tem duas versões, a minha e de quem mais quiser contar.
Família em primeiro lugar e segundo também.
Fiquei presa, sonhos trancados, olhos fechados na escuridão.
No meu mundo solitário, nem pensar em ter diário. Imagina contar num confessionário?
Joguei o jogo da vida e agora tenho que falar. Não foi fácil essa caminhada.
Não tinha Ele (um pai) pra confiar, muito menos uma mãe pra me apoiar.
Meus choros se deram por dias e noites. A melancolia tomava conta de mim.
Frustada com a vida, fui correr atrás de horas perdidas e dias que viriam.
Esse passado que me sufoca não voltará jamais.
E para que reviver o passado? O que tenho que corrigir?
Nada. Tudo ficou registrado como lição de experiências que ainda estão por vir.
A lição que a vida me deu, foi não desperdiçar cada minuto dela.
Não me perder no tempo.
Desistir é o pior tipo de derrota.
Tudo já foi vivido.
Todo dia um recomeço, todo recomeço uma coragem.
Sim há coragem em mim.
O que restou foram as lembranças.
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“Choramos ao nascer porque chegamos a este imenso cenário de dementes”.
William Shakespeare
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